segunda-feira, 24 de junho de 2013

Banco de proteínas muda a sorte de produtores rurais

Ana Lúcia Silva é uma das beneficiadas com o banco de proteínas usadas para alimentação animal
Ana Lúcia Silva é uma das beneficiadas com o banco de proteínas usadas para alimentação animal

Mossoró - O Semiárido Nordestino, mesmo com registros recentes de chuvas, ainda sofre as consequências da maior estiagem dos últimos cinquenta anos. No entanto, no Rio Grande do Norte, a adoção de medidas simples em propriedades rurais, atendidas pelo Projeto SEBRAE no Semiárido, mostra que é possível transformar cenários desoladores em ambientes propícios à sobrevivência do homem do campo e ao desenvolvimento dos negócios rurais. O cultivo de espécies resistentes à seca garante alimentação abundante e manutenção do rebanho de caprinos e ovinos.
A criação do banco de proteínas, como é denominado o cultivo de espécies para produzir forragem com melhor valor nutritivo aos animais, além de uma experiência exitosa é um alento para produtores rurais como Ana Lúcia da Silva, moradora do Projeto de Assentamento Paraíso, na zona rural de Apodi, na Região Oeste Potiguar. Com um rebanho superior a 200 caprinos, Ana Lúcia conta que a medida ajudou a salvar os animais no período mais crítico mais crítico da estiagem.

Em uma área pequena, ela cultiva espécies como a leucena, flor de seda, moringa e palma, e produz feno suficiente para alimentar todo o rebanho durante o ano inteiro. “Estou muito feliz com os resultados. Passamos a seca toda cultivando as plantas e produzindo o feno e não perdemos nenhum animal. Antes do projeto não sabia que podia usar essas plantas para alimentar os animais, e agora tudo é aproveitado”, enfatiza.

O alimento em abundância é uma novidade para a produtora. Ela conta que, anteriormente, durante o período de gestação dos animais, faltava alimentação, e, além de magros, muitos animais não resistiam. Atualmente, o feno, rico em proteínas, produzido pelos próprios criadores, ajuda na manutenção da atividade leiteira e de corte. “Estamos com várias cabras que pariram agora, e a produção do leite fica menor. Mas quando voltar ao normal vamos tirar pelo menos uns 30 litros de leite, pois graças à orientação que recebemos, temos alimento de sobra para alimentar o rebanho todo”, acrescenta o produtor Evandro Nascimento.

Com atuação nos municípios do interior do Rio Grande do Norte englobados no perímetro da seca, o Projeto Sebrae no Semiárido teve início em outubro de 2012 e atende a 1.800 produtores. Desenvolvida pelo Sebrae no Rio Grande do Norte, a idéia pioneira será disseminada nos demais estados do Nordeste, por meio das unidades do Sebrae.



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