sexta-feira, 28 de junho de 2013

MP do Acre investiga Telexfree por lavagem de dinheiro

'Diligências serão feitas para investigar os fatos', explica o promotor.
Advogado da Telexfree rebate acusações e diz que vai recorrer.
Rayssa Natani e Yuri MarcelDo G1 AC

Danilo Lovisaro, promotor de Justiça, MP Acre (Foto: Yuri Marcel / G1)Danilo Lovisaro, promotor do Gaeco do MP/AC
(Foto: Yuri Marcel / G1)
O Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Estado do Acre (MP/AC), instaurou inquérito para apurar se as atividades da Telexfree envolvem práticas de crimes contra a economia popular, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. A empresa já vinha sendo investigada pelo MP/AC, por meio da Promotoria de Defesa do Consumidor, sob suspeita de atuar em pirâmide financeira.
Agora, a Telexfree passou a ser investigada também na esfera penal. Segundo o promotor da Gaeco, Danilo Lovisaro, o material levantado pelo MP/AC deu base para a composição do inquérito policial.  A documentação foi encaminhada para a delegacia de Combate ao Crime Organizado, na última sexta-feira (21).
"Uma parte desta investigação que instrui o inquérito policial já vem daquela que compõe o inquérito civil, que deu base às medidas judiciais tomadas pela Promotoria do Consumidor. Certamente, a partir da semana que vem pessoas começam a ser ouvidas na Delegacia de Combate ao Crime Organizado e diligências serão feitas para investigar os fatos", explica o promotor.
O inquérito está sob responsabilidade do delegado Nilton Boscaro.
Telexfree (Foto: Veriana Ribeiro / G1)Divulgadores da Telexfree promoveram protestos na frente no Ministério Público do Estado do Acre
(Foto: Veriana Ribeiro / G1)
Advogado critica divulgação da investigação
Procurado pela reportagem do G1 o advogado da empresa, Horst Fouchs, questionou a publicidade que estaria sendo dada ao caso pelos órgãos da Justiça. "Por qual razão a polícia faz questão de tornar pública uma investigação para daqui a pouco querer dizer que tem que decretar a prisão para não atrapalhar as investigações? O próprio estado torna público para depois tentar evitar os efeitos da publicidade que ele mesmo provocou", critica
.

Ele diz que a empresa não vê problemas na investigação, mas acredita que torná-la pública pode ser prejudicial à imagem da empresa mesmo que ela seja inocentada. "Isso macula a imagem, por mais que venha a se provar a inocência e afinal de contas o princípio que rege o ordenamento jurídico brasileiro na área criminal é o princípio da inocência", diz.
Fouchs levanta a possibilidade da divulgação sobre a investigação à Telexfree estar sendo feita com o objetivo de prejudicar a empresa. "A ideia de divulgar é para isso mesmo provocar dano na imagem. O que o Estado está querendo fazer é de fato enterrar as atividades de uma empresa que depois de um ano de investigações não se conseguiu provar, porque não é, ílícita", afirma.

Nenhum comentário:

Postar um comentário